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  • Foto do escritorDaniel França

A seca no açude de Pentecoste está prejudicando a vida dos moradores

Atualizado: 14 de jun. de 2018



Com a quadra chuvosa do ano 2018, vários açudes do Ceará estão sangrando, uma realidade que alegra quem sobrevive da pesca e do plantio. Porém, alguns moradores não tiveram essa sorte, como é o caso de quem mora em Pentecoste. O açude Pereira de Miranda ainda se encontra com menos de 5% da sua capacidade e com isso, está trazendo dificuldades para quem se sustenta da barragem.

Localizado há 92 km de Fortaleza, o município de Pentecoste possui 37.077 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e guarda um dos maiores açudes do estado do Ceará, o açude Pereira de Miranda, que é o ponto turístico da região. Sendo a maior bacia hidrográfica do Rio Curu, com a capacidade de 395.638.000m³, de acordo com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).

Projetado e construído pelo DNOCS, sua construção ocorreu de 1950 a 1957. Desenvolvido para controlar as cheias do rio Canindé, a barragem também beneficiou na regularização do rio Curu e na irrigação das terras da baixa água, facilitada pelas águas armazenadas no Açude General Sampaio. É a maior fonte de renda para os moradores da região, através da pescaria e da travessia do açude, tendo uma grande importância para a economia local.

Morador da localidade há 33 anos, Francisco de Jesus Sampaio, mais conhecido como Tito aventureiro, é um dos que dependem do açude para sobreviver. “Esse açude é a nossa riqueza, ele seco, a vida fica muito ruim. Famílias vivem dele, muitos moradores pescam para vender ou para comer”, afirma. Dependendo da condição do açude, ele divide suas atividade entre levar turistas para passear no Pereira de Miranda ou fazer favores para diversos comerciantes locais. “Vivo do que dá certo”, ressalta.


Estiagem do açude

A sua última cheia do açude Pereira de Miranda foi em 2009, quando sangrou com lâmina de 49 centímetros em relação a sua capacidade de aproximadamente 400 milhões de metros cúbicos. Para Valdenice, moradora e comerciante local há 30 anos, essa lembrança é bem diferente da realidade atual.“A lembrança que tenho do açude é os moradores e turistas tomando banho, na época que ele estava cheio. O movimento no meu estabelecimento era muito grande e com a seca do açude, o movimento vem caindo, dificultando a nossa sobrevivência.”

Com a estiagem, os turistas que ajudavam a economia local se afastaram e os comerciantes da região tiveram que encontrar outros meios para sobreviver, já que não havia mais peixes e turistas. O comerciante conhecido como Cacuruta afirma que o movimento nos comércios da região caiu 90% com o açude seco. “Estamos só aguentando mesmo, mas não desistimos. Vendemos ovos, uma galinha caipira, panelada, carneiro e assim, vamos sobrevivendo até o açude encher de novo”, alerta.


Enquanto isso, a espera por uma nova cheia alimenta os moradores do município de Pentecoste. Um fenômeno natural que traz novas oportunidades de vida e também, uma alegria inexplicável para quem sobrevive do açude.



Fotografias autorizadas pela Valdenice da última cheia do açude Pereira de Miranda.

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